Resenha
Para se entender a obra de Le Corbusier é necessário levar em consideração as condições econômicas e culturais da França nos anos próximos da Primeira Guerra Mundial. O equilíbrio demográfico confere a economia francesa uma estabilidade especial; ela não apresentava os graves problemas relacionados com o aumento da população, como também causa problemas dos movimentos internos da agricultura para a indústria, do campo para cidade, são menos urgentes dos que em outros lugares.
Portanto, a cultura francesa em seu conjunto não conhece a desordem. No ano de 1900, enquanto em outros lugares se desenvolveu a art nouveau, a França participava da polemica internacional com uma grande renovação da própria linha da tradição – Perret e Garnier fazem a tentativa extrema de ampliar a poética do classicismo separando das formulas acadêmicas e encontrando as exigências da sociedade moderna.
Esta situação só poderá ser rompida por uma iniciativa individual: a vanguarda na França ainda é uma forma necessária para renovação da cultura artística, fazendo com que os inovadores saiam para campo aberto. Tendo em vista essa situação, Le Corbusier soube assumir essa tarefa e enfrentar as tradições de seu país, sem perder de vista as relações com o movimento internacional.
Naturalmente, sua posição é mais exposta e em certo sentido é mais fraca do que a dos alemães ou dos holandeses: não tem uma preparação cultural direta, não está capacitado para provocar a sua volta uma verdadeira escola e tampouco atuar em uma verdadeira colaboração com os outros. Deste modo, as iniciativas de seus trabalhos apoiam-se definitivamente apenas na coerência de seu temperamento individual.
Por outro lado, cada uma de suas obras tem a capacidade de dominar as formas, Le Corbusier possui este dom numa medida que não tem comparação em nossos dias, e que também no passado tem poucos confrontos possíveis. O grande mérito de Le Corbusier foi o de empenhar seu incomparável talento