resenha

As armas do Príncipe
Maquiavel distingue as armas ou o exército de uma província em próprias, mercenárias, auxiliares e mistas. As tropas mercenárias e auxiliares são inúteis e muito perigosas, pois só tem como objetivo a obtenção de lucro e não o bem da cidade. São indisciplinadas, infiéis, desrespeitosas e desafiadoras frente aos amigos e covardes frente aos inimigos. Para ele, a segurança do principado deve se basear na formação de um exército composto por cidadãos da província, que tem interesse na segurança do território, e não somente na obtenção de lucros. Dado que as armas são a condição limite para o controle e segurança da província, a sua existência sem o bom uso e condução de sua força pelo príncipe de nada adianta.
O verdadeiro caráter humano e o caráter do Príncipe
Maquiavel abandona os tipos humanos idealizados e se baseia nos exemplos concretos do passado para analisar a natureza humana, seu caráter e a forma ideal do príncipe lhe dar com ele. De acordo com ele, os homens são ingratos, volúveis, simuladores, pérfidos, covardes, interesseiros, ambiciosos. Se eles fossem bons como deveriam ser, então o príncipe poderia governa-los com bondade, mas se o fizer cairá em ruína. Isso não quer dizer que todos os homens sem exceção sejam naturalmente maus, mas como não é possível conhecer a cada um e saber quem é e quem não é, e como todos tem a capacidade para tal, então o príncipe deve considerar todos como sendo. Logo, mesmo que o próprio príncipe não seja mau, deve aprender a ser e saber fazer o uso da força quando necessário, de forma que os súditos o temam. A conclusão a que Maquiavel chega é que virtudes como liberalidade, probidade, piedade e etc que a tradição atribui ao caráter dos príncipes não tem utilidade pratica e política nenhuma, e que as qualidades que um príncipe deve possuir são as que lhe garantam a manutenção de seu poder. Entretanto, já que é de consenso que os homens públicos devem possuir tais virtudes, o príncipe deve parecer