Resenha
Em A Dança do Universo, livro escrito em 1997 pelo físico, astrônomo, escritor e roteirista Marcelo Gleiser, nos são apresentadas pessoas responsáveis pelo desenvolvimento de diversas visões sobre o universo, visões estas que estão sempre em constante evolução. Durante o desenvolver do texto, o autor vai deixando claro que embora ciência e religião abordem a questão da origem do universo com enfoques e linguagens diferenciadas, elas se coadunam em determinados momentos e por isso, a religião influenciou as teorias científicas em algum grau. Por exemplo, Copérnico, o tímido cônego que pôs o Sol no centro do cosmo, era mais conservador do que um herói das teorias heliocêntricas. Kepler, por sua vez, que nos ensinou que os planetas se movem ao redor do Sol, misturava, de forma única, misticismo e ciência. Galileu, o primeiro a apontar o telescópio para as estrelas, era um homem religioso e Newton, acreditava no infinito, na manifestação do poder infinito de Deus. É a partir do texto de Gleiser que podemos verificar algumas características que indicam a fundação da ciência clássica, compreendendo um período de intensa aproximação com a religião em que a complexidade dos fenômenos podem ser explicados a partir de princípios simples e gerais, tecendo investigações sobre o funcionamento do universo. No entanto, essa situação vai se transformando, dando lugar a uma postura científica que elenca a experimentação como postura científica, a exemplo de Galileu que comprova a teoria heliocêntrica utilizando-se da observação e experimentação, tecendo uma lei geral. Essa postura se coaduna com o racionalismo e experimentalismo que vai se tornando cada vez mais presente na ciência, e cada vez menos a relação com o divino é utilizada como fonte de explicação, certamente por isso Bacon ressalva a importância da matemática e da experimentação como instrumentos no estudo da