resenha

Seminário 1 : Tunísia e Islândia

No livro “Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet”, o sociólogo espanhol Manuel Castells examina as revoltas e protestos de massa que eclodiram em todo o mundo. O capítulo 1 faz uma síntese das revoluções, mas foca na Tunísia e na Islândia, países pioneiros nesse quesito. A revolução tunisiana nasceu do desprezo dos cidadãos por seus governos e pela classe politica. Foi estimulada pela indignação provocada pela cumplicidade percebida entre as elites financeira e politica. Tornou-se possível pela superação do medo e pela proximidade construída nas redes da internet. A revolução tunisiana começou quando um vendedor ambulante se autoimolou, graças à humilhação frequente que sofria, quando confiscavam as frutas da sua banca pela policia local, e depois de recusar-se a pagar propina. Em poucos dias, começaram a ocorrer demonstrações espontâneas por todo país, iniciando-se nas províncias e depois se espalhando para a capital. Consequentemente, o ditador Bem Ali, e sua família, deixaram a Tunísia a fim de se refugiar na Arábia Saudita. Mas os manifestantes não se contentaram com essa vitória. Foram encorajados a pressão pelo afastamento de todo o pessoal do regime. A sociedade tunisiana pedia liberdade politica e da imprensa, e eleições verdadeiramente politicas sob nova lei eleitoral. A revolução na Tunísia, não tinha um líder, mas era organizada informalmente para cuidar da logística e aplicar regras de participação nos debates na praça principal da capital. Houve violência policial, e os ocupantes foram varias vezes expulsos. Discutiam o papel do Islã em fornecer uma orientação moral contra a corrupção e o abuso. Os manifestantes eram uma representação transversal da sociedade tunisiana, com forte apelo da classe profissional. Mas o papel mais ativo foram dos jovens via rede social e Twitter e dos desempregados, cerca de 21% dos jovens formados.
A Revolução das panelas na Islândia iniciou-se