Resenha
POR: Pamila Caroline da Costa Gomes.
1. A DESCOBERTA DAS DIFERENÇAS PELOS VIAJANTES DO SÉCULO E A DUPLA RESPOSTA IDEOLÓGICA DADA DAQUELA EPOCA ATÉ NOSSOS DIAS. A gênese da reflexão antropológica é contemporânea à descoberta do Novo Mundo. O Renascimento explora espaços até então desconhecidos e começa a elaborar discursos sobre os habitantes que povoam aqueles espaços.
O critério essencial para saber se convém atribuir-lhes um estatuto humano é, nessa época, religioso: O selvagem tem uma alma? O pecado original também lhes diz respeito?
Nessa época é que começam a se esboçar as duas ideologias concorrentes, mas das qual uma consiste no simétrico invertido da outra: a recusa do estranho apreendido a partir de uma falta, e cujo corolário é a boa consciência que se tem sobre si e sua sociedade; A fascinação pelo estranho cujo corolário é a má consciência que se tem sobre si e sua sociedade.
1.1. A FIGURA DO MAU SELVAGEM E DO BOM CIVILIZADO.
A antiguidade grega designava sob o nome de bárbaro tudo o que não participava da helenidade (em referência a inarticulação do canto dos pássaros oposto a significação da linguagem humana), o Renascimento, os séculos XVII e XVIII falavam de naturais ou de selvagens (isto é, seres da floresta), opondo assim a animalidade à humanidade. Os termos primitivos e que triunfará no século XIX, enquanto optamos preferencialmente na época atual pelo de subdesenvolvidos.
Assim, não acreditando em Deus, não tendo alma, não tendo acesso à linguagem, sendo assustadoramente feio e alimentando-se como um animal, o selvagem é apreendido nos modos de um bestiário. No século XIX, Stanley, em seu livro dedicado à pesquisa de Li-vingstone, compara os africanos aos “macacos de um jardim zoológicos”, e convidamos o leitor a ler ou reler Franz Fanon (1968).
Pesquisas sobre os Americanos ou Relatos