resenha

MARÍLIA CAROLINA BARBOSA DE SOUZA

Os Estados Unidos e a definição do Inimigo: uma reflexão teórica.
Trabalho apresentado ao III Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos da Defesa-ABED, à sessão temática “A Presença Militar dos Estados Unidos”, sob coordenação do prof. Dr. Sidney J. Munhoz.
SÃO PAULO
2009

Os Estados Unidos e a definição do Inimigo: uma reflexão teórica.

I-Resumo

O mundo passou por uma onda de transformações desde o fim da Guerra Fria e a distribuição de poder passou do sistema bipolar para o sistema unipolar, o qual gerou uma grande instabilidade internacional em termos de segurança e de assimetria de poder. Nesse contexto, a projeção de poder unilateral dos Estados Unidos, propulsionada pela herança reivindicacionista e pelos setores internos nacionalistas, levou a cabo a expansão de valores como a Liberdade e a Democracia, em nome do “expansionismo” americano. Assim, o aumento dos armamentos e da capacidade bélica fez com que o país passasse a ditar e confeccionar as regras do sistema internacional, como por exemplo, a ação preventiva para combater o terrorismo. Essa grande assimetria e tensões geradas pelo unilateralismo americano geraram um vácuo de poder, o qual foi fonte do desenvolvimento de células terroristas em vários cantos do mundo. Dessa forma, após os atentados terroristas de setembro de 2001, o país iniciou a Guerra contra o Terror, anunciando de forma difusa e pouco objetiva sua pretensão de levar a Democracia a todas as regiões do mundo para combater o terrorismo e os Estados que o acolhem. Porém, os Estados Unidos não tiveram êxito em sua empreitada, pois, embora tenham feito um diagnóstico completo da realidade e da necessidade de adaptação às novas ameaças e às novas guerras, não agiram de uma maneira clara, objetiva e transparente, a qual fosse capaz de cooptar ajuda de outras potências e de aniquilar o inimigo de fato. Tal falha gerou uma crise de hegemonia que dificilmente será reconquistada.