O livro “Aprender a viver” trabalha a noção de filosofia, indo dos estóicos até dias mais próximos, tratando da filosofia contemporânea. Esse caminho traçado pelo autor é desenvolvido de forma didática para aqueles que ainda não tinha tido contato com a filosofia de uma forma não tão profunda, porém mais esclarecedora, para se começar a ter uma noção geral do assunto. Neste sentido o autor inicia questionando o que seria a filosofia, e para delimitar o seu conceito ele se prende, primeiramente, à principal promessa feita pela religião, qual seja, a salvação, com o intuito de atingir a vida eterna. É aqui que começamos a perceber a presença da filosofia, quando não há fé nas promessas feitas pela religião. Então há uma contraposição entre a religião e a filosofia para encarar a morte e a conseqüente salvação, porque se formos observar, e Luc trata muito bem em sua obra, a morte é tudo aquilo que nos impede de ter novamente algo, não se podendo revertê-la, e nesse sentido insere-se o medo, aquele medo que persegue a maioria das pessoas, em maior ou menor intensidade, da morte, do que não pode voltar mais, do never more. E isso gera angústia; mas além desse temor pela morte, há também um medo da irreversibilidade das situações, do que acontece em nossa vida que produz os corruptores da felicidade: a nostalgia e a culpa, o remorso e o arrependimento. A divergência de como se superar esse medo é percebida nas abordagens que a filosofia e a religião fazem da salvação. Os filósofos gregos imaginam que viver pensando no futuro ou no passado é o maior dos males da vida, e aqui, diante desses males a religião promete que não precisamos mais ter medo, já que a fé irá nos salvar sem precisarmos nos preocupar. Em caminho contrário, a filosofia prima pelo uso da razão, da crítica, culminando-se sempre na dúvida. Com o mesmo pensamento da religião, a filosofia também coloca a idéia de que a angústia funciona como um entrave ao exercício do viver bem. E como válvula de