resenha critica do livro quem e o povo
Cap. l
Desde o início do livro o autor deixa claro que o conceito de povo está intrinsecamente ligado aos poderes constituídos de qualquer regime,como forma de legitimarem suas ações, tanto humanas, quanto cruéis. E indaga sobre quem seria este “povo”, que exerce as atribuições do verdadeiro povo, dentro das instituições que em tese seriam seus tentáculos. Condena a forma de ter acesso ao direito de votar e ser votado e o fato dos eleitos representarem quem nem têm o direito de voto, sem contanto indicar uma forma mais sensata e juridicamente correta. Remete à Revolução Francesa a divisão das palavras nação e povo, dando a este os contornos atuais.
Cap. ll
O autor manifesta sua contrariedade ao fato das pessoas que vivem em seu país, mas não são nacionais, não poderem ter direito à voto, uma vez que estes mesmos “estrangeiros” são atingidos por todas as Leis e formalidades regularmente legítimas, oriundas da vontade do povo do qual são também membros por convívio. Neste contexto o autor destaca com inteligência que o povo, tão citado pelas constituições e regimes, não deveria ser, sozinho, o responsável e legitimador de sistemas positivos tão complexos e ao mesmo tempo excludentes.
Cap. lll
Para o autor, também a justiça e todo o aparato judiciário é eivado de vícios de legitimidade constituinte por parte do povo, embora democraticamente falando, não seja. Por isso, suas decisões são aceitos por todos os envolvidos e atingidos, devido ao caráter global de atribuição de legitimidade, que lhe proporciona o poder de não ser contestada. O autor cita nesta parte a ocorrência de um círculo vicioso, aparentemente democrático, mas que serve aos interesses do “povo ativo” e que usa o povo como instância de legitimação. E o simples fato de termos referendos e plebiscitos, nada mais é do que a manobra de dar ao povo o poder de decisão de algumas questões, para no fundo, legitimar todas as outras decididas pelo “povo