RESENHA

Resenha “Com que Corpo Eu sou?”
Bernardo Conde inicia o texto falando sobre consequências do individualismo na sociedade. Para caracterizar tais mudanças, o autor utiliza a comparação de Zygmunt Bauman: o sólido e o líquido, sendo o sólido as instituições mais ligadas ao espaço e ao tempo, imutáveis. O líquido, por sua vez, estaria em constante mudança na tentativa de se adaptar às condições ambientes.
Como exemplo para tal metáfora, o autor usa o bairro de Copacabana (qualquer bairro do Rio de Janeiro ou a própria cidade em si poderiam ser usados na mesma lógica). Os bairros e cidades são coisas muito mais ligadas ao espaço do que ao tempo, logo seriam considerados sólidos. Na modernidade, porém, precisamos organizar tais espaços em uma linha do tempo. A Copacabana de 1920 não é a mesma Copacabana de 1950, que por sua vez não é igual ao bairro atualmente. Esse sólido, logo, começou a derreter e não foi substituído por nenhum outro sólido, já que todos entravam no mesmo processo de derretimento.
Essas mudanças seriam a maior característica da modernidade, e criam um paradoxo: a mudança constante é algo que não muda. Ainda segundo Bauman, essas mudanças teriam possibilitado a “libertação” da sociedade da “densa ‘trama das obrigações ‘éticas’, reduzindo tudo à lógica do dinheiro” (p. 150).
Tal lógica, em nossa economia monetária, causa uma constante coisificação dos indivíduos. Nesse momento o autor cita a teoria de Colin Campbell de que as mudanças dos consumidores pós Revolução Industrial se deve à mudança dos próprios indivíduos. Em busca de liberdade, os consumidores possibilitaram uma aceleração da emergência do individualismo, fazendo com que o consumo passe a representar autenticidade e singularidade, dando a sensação da conquista de tal liberdade.
Empresas utilizam disso para montar as suas estratégias de comunicação. Os produtos cada vez mais tentam se mostrar personalizados, através da enorme gama de opções e flexibilidade. Ou seja, o seu produto pode