Resenha
O filme “A Língua das Mariposas” retrata com clareza a influencia de um professor no processo de desenvolvimento cognitivo, pessoal, político e social de uma criança na época antecedente a guerra civil da Espanha.
Considerando os desafios que uma criança enfrenta nos seus primeiros dias de aula e a importância do professor no processo de superação dos mesmos, a personagem Moncho (Manoel Lozano), uma criança de sete anos, que apesar de nunca ter ido à escola, já sabia ler e escrever, se depara com seu primeiro dia de aula. Assustado com a ideia negativa que fora construída sobre professores que castigam às crianças, pensava que seu professor fosse igual aos da época e que iria castigá-lo ao menor descuido ou erro. Contudo, surpreende-se ao perceber que o seu professor Dom Gregório (Fernando Fernan Gómez) é uma pessoa diferente da imagem que ele fazia. Dom Gregório é uma pessoa tranqüila de expressões calma, sempre elegante e que garantia a eficiência de suas aulas por demonstrar um leque de conhecimentos. Além disso, os métodos utilizados para lidar com os problemas comuns aos professores, diferentes de seus colegas da época, surpreendiam a todos.
Moncho, o pequeno aprendiz, vive momentos de encantamento com as aulas do professor e passa a tê-lo como referencia e exemplo de educador. Surge, então, uma relação de amizade entre professor e aluno. Tal amizade, possibilitou ao aluno aproximar-se dos conhecimentos e até esclarecer seus questionamentos pessoais com o mestre. A partir daí, o garoto começa a desbravar o mundo, mediante os ensinamentos proporcionados pelo professor que ajudam o garoto a diversificar o olhar para o mundo em que se introduzia como ser social.
Em tempos de guerra, o comportamento de Dom Gregório incomodavam as pessoas que não compartilhavam dos mesmos ideais, desencadeando a fúria dos tradicionalistas que o prejudicaram politicamente. Quando a guerra teve início, os ditos republicanos, pessoas contrárias às leis