resenha
Em primeiro lugar, desejamos ir indicando, com propÛsitos teÛricos, a mudanÁa de significado do conceito de ìEuropaî. Em geral n„o se estuda esse deslizamento sem‚ntico e, por essa raz„o, È difÌcil discutir sobre o tema. Em primeiro lugar, a mitolÛgica Europa È filha de fenÌcios, logo, de um semita1
. Esta Europa vinda do
Oriente È algo cujo conte˙do È completamente distinto da Europa ìdefinitivaî (a Europa moderna). N„o h· que confundir a GrÈcia com a futura Europa. Esta Europa futura situava-se ao Norte da MacedÙnia e ao
Norte da Magna GrÈcia na It·lia. O lugar da futura Europa (a ìmodernaî) era ocupado pelo ìb·rbaroî por excelÍncia, de maneira que posteriormente, de certo modo, usurpar· um nome que n„o lhe pertence, porque a £sia (que ser· provÌncia com esse nome no ImpÈrio Romano, mas apenas a atual Turquia) e a £frica (o
Egito) s„o as culturas mais desenvolvidas, e os gregos cl·ssicos tÍm clara consciÍncia disso. A £sia e a
£frica n„o s„o ìb·rbarasî, ainda que n„o sejam plenamente humanas2
. O que ser· a Europa ìmodernaî (em direÁ„o ao Norte e ao Oeste da GrÈcia) n„o È a GrÈcia origin·ria, est· fora de seu horizonte, e È simplesmente o incivilizado, o n„o-humano. Com isso queremos deixar muito claro que a diacronia unilinear
GrÈcia-Roma-Europa (esquema 2) È um invento ideolÛgico de fins do sÈculo XVIII rom‚ntico alem„o; È ent„o uma manipulaÁ„o conceitual posterior do ìmodelo arianoî, racista.
Em segundo lugar, o ìOcidentalî ser· o impÈrio romano que fala latim (cuja fronteira oriental situa-se aproximadamente entre as atuais Cro·cia e SÈrvia)3
, que agora compreende a £frica do Norte. O ìOcidentalî opıe-se ao ìOrientalî, o impÈrio helenista, que fala grego. No ìOrientalî est„o a GrÈcia e a ì£siaî (a provÌncia
AnatÛlia), e os reinos helenistas atÈ as bordas do Indo, e tambÈm o Nilo ptolomaico. N„o h· um