resenha
O ALIENISTA
WESLEY PANTOJA LIMA
Boa Vista/ RR 10 de Março de 2014
Em exemplar primoroso, os autores adaptaram a novela “O Alienista”, um dos melhores trabalhos Machadianos, para os quadrinhos. Dita adaptação não pode escapar ao texto original, devendo, no entanto, ser condensada e ilustrada em perfeita simetria. Conforme se pode verificar nos comentários ao final do livro, “para buscar a linguagem dos quadrinhos – ou seja, para fazer uma boa história em quadrinhos –, o texto tem de ficar mais curto e mais fácil. Afinal, a fala tem de caber no balão e ser bem entendida.”
A história é conhecida. Simão Bacamarte, médico na pequena cidade de Itaguaí, no Estado do Rio de Janeiro, decide que irá internar na Casa Verde todos aqueles que considerar loucos. Não tarda para boa parte dos munícipes estar trancafiada nas dependências do nosocômio, gerando a fúria da comunidade. Após insurgências populares e confusões de toda sorte, Bacamarte resolve libertar todos os internos sob o pretexto de que reexaminou sua teoria e concluiu que “louco é ser equilibrado o tempo todo, sem falhas!” Como resultado de sua descoberta, Simão Bacamarte, em suas amplas aptidões e virtudes, conforme elogios ventilados pelo Padre Lopes, no alto de sua perfeição, recolhe-se à Casa Verde, falecendo após dezessete meses de internação.
Em “O Alienista”, Machado de Assis colocou a ciência em confronto com a religião. Segundo Ivan Teixeira, em artigo publicado no Jornal “A Folha de São Paulo” (Mais!, 28 de janeiro de 2008): “Nas veladas insinuações da autoridade do padre Lopes sobre Simão Bacamarte, vislumbra-se o interminável debate entre a teologia e a ciência, empenhadas com igual obstinação em apresentar a melhor hipótese sobre a origem do mundo e dos meios de governá-lo. Na trama, a igreja não só vigia como procura orientar os movimentos da ciência. Esse pormenor, aliás, será um dos enigmas da narrativa, que, em meio ao