RESENHA

R E S E N H A

Maquiavel, N. O Príncipe, 1503. Capítulo XXV - De quanto pode a fortuna nas coisas humanas e de que modo se lhe deva resistir.
Neste capítulo, Nicolau Maquiavel começa relatando a opinião da maioria das pessoas de que os acontecimentos na vida humana são obra do acaso, sejam eles instituídos pela fortuna ou pela predestinação divina. Ou seja, não há o que ser feito uma vez que o destino seria supostamente soberano, determinando a nossa sorte.
Apesar de não descartar a ideologia em questão, o primeiro pensador da Idade Moderna, contrapõe a mentalidade da época com o questionamento do livro arbítrio. Ora, se temos o poder de tomar decisões sobre os nossos atos, então podemos prevenir ou até mesmo remediar ao menos metade dos acontecimentos indesejados. Como em uma catástrofe, por exemplo, em que se devidas providências fossem tomadas com antecedência, os danos seriam menores ou inexistentes.
Ao analisar de forma menos abrangente, direcionando para o poder de um príncipe, Maquiavel argumenta o que leva a ascensão e a ruína do mesmo. Para ele, se limitar apenas a sorte deixando que ela conduza, o levará à decadência. Ressalta também ser necessário adaptar-se às exigências do momento para que assim consiga alcançar os objetivos. Em outras palavras, um governante pode ser eficaz de diversas maneiras, seja de forma mais cautelosa ou mais incisiva, porém o que o levará ao sucesso será a escolha da postura adequada para aquele determinado momento. Caso não exista um jogo de cintura, a felicidade em suas decisões não ocorrerá. Em fase conclusiva Nicolau Maquiavel se posiciona a favor de um governante temido em vez de amado, se necessário fosse escolher. Justifica tal afirmação com o argumento de que o primeiro intimida seus inimigos, enquanto o amado possa vir a ser dominado por eles. Porém ressalta, ponderando, que há uma linha tênue entre ser temido e ser odiado, em que no segundo caso seria prejudicial uma vez que poderia ser