resenha
O filme faz uma analogia entre como eram os costumes e os métodos das classes dominantes no período colonial e a exploração das classes menos favorecidas da atualidade, por meio de cenas que exibem os dois momentos de forma alternada e possibilitam uma comparação entre estes por parte do telespectador.
Os episódios, extraídos dos autos do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, mostram exemplos de uma crítica à beneficência social, às ONG’s e ao conceito de responsabilidade social das empresas. O discurso da participação e da postura politicamente correta, para o diretor, representa a última palavra em matéria de exploração da mão-de-obra barata e da mais valia. As ONGs surgem para preencher a fragilidade do Estado-nação dentro do capitalismo global no âmbito social.
O filme de Bianchi se vale do discurso jornalístico para apresentar seus personagens e contar uma boa história querendo revelar as mazelas e contradições de um país em permanente crise de valores. Para cumprir essa função, a narrativa vai se valer dos dois recortes temporais previamente explicados: o Século XVIII e os tempos atuais. Alerta também, para questões que parecem ter ficado no passado, mas que ainda existem atualmente, como a luta pelos direitos democráticos, a discriminação contra negros e pobres, o desrespeito, a lavagem de dinheiro, a corrupção, dentre outros. O que mudou foi a roupagem, o opressor é o mesmo. Sendo assim, este é um excelente