Resenha
O documentário exibido pode nos causar vários efeitos de reações; o primeiro a ser considerado é a sátira, pois de fato não é comum assistirmos a história do nascimento e desenvolvimento de um tomate, bem como seu destino e finalidades. O segundo, e eu considero o mais importante, é a análise da realidade vivida por milhares de pessoas, não somente na Ilha das Flores, como Furtado cita em seu curta-metragem, mas o seu paralelo com outras situações, que presenciamos, na maioria das vezes apenas através dos meios de comunicação.
Essa realidade vivia pelo ser humano é fruto de uma desigualdade socioeconômica, gerada basicamente pelo sistema capitalista empregado na sociedade; a triste condição de vida dos habitantes da Ilha das Flores deixa-nos perplexos, já que a idéia do filme é mostrar o absurdo dessa condição: pessoas que são menos valorizadas do que animais.
O autor nos mostra de maneira explícita como o sistema econômico que vivemos contribui para a indiferença em relação à desigualdade social que presenciamos atualmente. Podemos analisar pelas diferentes classes sociais exibidas no filme, desde a dona de casa (vendedora de cosméticos), o fazendeiro, o criador de porcos e por fim os habitantes da Ilha das Flores, o que define sua opinião é que o que diferencia o ser humano é classe a qual ele pertence pelos bens que o mesmo possui.