Resenha
Crianças ou mesmo bebês durante a gestação podem ser acometidos por um AVC, e perceber ou diagnosticar tal evento é tarefa complicadíssima. No caso do período peri-natal (durante o parto), só é possível saber se houve um AVC através dos testes realizados com o bebê recém-nascido (teste do pezinho, por exemplo) e que revelem, posteriormente ao AVC ocorrido, uma dissonância com o padrão esperado. Até os 28 dias de vida (período neo-natal), o perigo de ocorrer esse tipo de acidente com o bebê também é presente e é preciso enorme atenção para diagnosticar. Em crianças a dificuldade de diagnóstico também é grande, mas vai diminuindo com a idade, sendo cada vez mais perceptível.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), são considerados AVCs na infância os casos ocorridos em crianças de 29 dias a 18 anos. Pesquisar o AVC nessa faixa de idade é difícil e, por isso, os estudos são escassos. "A pesquisa em AVC infantil impõe diversos desafios metodológicos: a documentação existente sobre o início da doença geralmente é incerta, pois não há dados dos pacientes anteriores ao ocorrido; e o sub-diagnóstico é frequente, uma vez que casos que apresentam sintomas leves ou transitórios, por exemplo, não são identificados e diagnosticados", diz Peterson Marco de Oliveira Andrade, mestre em saúde da criança e do adolescente e em ciências da saúde pela Faculdade de Medicina da UFMG.
Outro fator muito importante na semiologia e na identificação do AVC na infância é que, segundo os estudos de caso observados na FCM da Unicamp, 60% dos pacientes apresentaram convulsões durante a instalação do quadro nas primeira vinte e quatro horas do evento, e isso é bem diferente do que acontece na população adulta.
Causas mais comuns
"Muitas crianças que apresentam AVC têm outra condição médica associada, como disfunções cardíacas ou anemia falciforme, estando vulneráveis a efeitos adversos durante toda a fase do desenvolvimento infantil", explica Andrade. "No adulto, a