A autora Marilena Chauí, em sua obra intitulada "O que é ideologia" tenta mudar a concepção que as pessoas em geral têm, de que ideologia é um conjunto de idéias qualquer, sem importância na sociedade e na realidade de um povo. O livro é dividido em cinco capítulos, sendo que o primeiro é apenas uma breve apresentação sobre o que se tratará a dissertação. Já no capítulo 2, a autora nos mostra alguns exemplos do que é considerado, de fato, ideologia. Através de alguns conceitos formados e desenvolvidos na filosofia e na cultura da Grécia antiga, Marilena Chauí nos dá a primeira pista sobre o que é ideologia. O filósofo grego Aristóteles afirmou que só há conhecimento da realidade do mundo quando há conhecimento de sua causa. Por causa, o pensador classifica como o que responde ou é responsável por qualquer aspecto da realidade. Para a teoria de Aristóteles, existem quatro tipos causas, que dependem umas das outras, porém organizam-se de maneira hierárquica. A causa considerada mais importante é a Final, que entende-se pela finalidade de qualquer coisa, ao que foi destinada ela. Abaixo dela encontram-se a causa Formal, que baseia-se na natureza da coisa, a causa Material, que é a propriedade tátil ou de constituição, e a mais considerada mais inferior das causas, que é a Motriz. Essa última causa era assemelhada ao trabalho do escravo, que tem por objetivo apenas servir ao seu senhor. Já a causa mais nobre, a causa Final, era relacionada aos senhores, que tinham suas vontades saciadas pelo trabalho dos outros. Após o desenvolvimento da teoria, as pessoas começaram a enxergar o real através da causalidade, formando um pensamento ideológico sobre a sociedade na qual eles atuavam. O terceiro capítulo remete a diversos momentos em que o termo Ideologia foi sendo, pouco a pouco formado, a partir de pensadores diferentes. Auguste Comte, sociólogo e filósofo francês trouxe em seu "Curso de Filosofia Positiva" dois conceitos para o termo "ideologia". O termo pode