Resenha
A presente resenha é feita a partir do texto “O Nativo Relativo” de Eduardo Viveiros de Castro, professor de etnologia no Museu Nacional/UFRJ, publicado na revista Mana, no volume 8, número 1, em Abril de 2002 no Rio de Janeiro. Neste texto é possível notar uma crítica à antropologia por parte do autor. Primeiramente este mostra como a antropologia exerce seu trabalho, pesquisando a respeito dos nativos já sabendo previamente de sua cultura, assim, tratando-os apenas como objetos de pesquisas, sem dar a oportunidade de “levar a sério” suas visões e teorias. A seguir apresenta como os etnógrafos e antropólogos devem agir com a “outra cultura”, que deve transcorrer de modo a ter uma visão neutra, tentando encontrar um conceito nas relações sociais nativas, e não procurar encaixá-las dentro de um conceito já estabelecido da cultura do pesquisador. Por fim Viveiros de Castro apresenta dois exemplos distintos de conceito, o primeiro falando de porcos concebidos como humanos e o segundo tratando de um embate entre duas diferentes culturas apresentando conceitos de “corpo” diferentes. A crítica apresentada pelo autor visa uma melhora na coleta de dados e compreensão da cultura nativa. É mostrado como as análises antropológicas são feitas de modo errôneo, uma vez que o pesquisador vai a campo estudar outra cultura visando coletar dados e acaba por julgar os descobertos. O autor propõe que o objeto de pesquisa da antropologia deve passar a ser a variação das relações sociais em diferentes povos, observando-os como ‘sujeito outro’ e não ‘outro sujeito’. O pesquisador deve buscar conhecer a cultura nativa sem um conceito pré-estabelecido a respeito dela, pelo contrário, deve procurar aprender os conceitos da outra cultura, sem cair no erro de encaixá-los dentro da sua cultura, aplicar seus conceitos aos termos deles. A cultura nativa deve agregar conhecimento e posta lado a lado com a cultura do antropólogo, não sendo nem superior nem