resenha
Ultrapassando a fronteira entre a educação formal e a não-formal
Além de sua presença no ensino formal, a EA abraça amplo conjunto de práticas sociais e educativas que ocorrem fora da escola e incluem não só crianças e jovens, mas também adultos, agentes locais, moradores e líderes comunitários. Tais práticas educativas não-formais envolvem ações em comunidade e são chamadas de EA comunitária ou EA popular. Estas dizem respeito a uma intervenção que, de modo geral, está ligada à identificação de problemas e conflitos concernentes às relações dessas populações com seu entorno ambiental, seja ele rural ou urbano. Nesses contextos, a EA busca melhorar as condições ambientais de existência das comunidades e dos grupos, valorizando as práticas culturais locais de manejo do ambiente. Nesse sentido, o ambiente apresenta-se como espaço onde se dá, na prática cotidiana, o encontro com a natureza e a convivência dos grupos humanos. É nessa teia de relações sociais, culturais e naturais que as sociedades produzem suas formas próprias de viver.
(...)
Modos de “ler” o meio ambiente
“Ler” o meio ambiente é apreender um conjunto de relações sociais e processos naturais, captando as dinâmicas de interação entre as dimensões culturais, sociais e processos naturais na configuração de cada realidade socioambiental. Para chegar a isso, não basta observar passivamente o entorno, mas é importante certa educação do olhar, aprender a “ler” e compreender o que se passa a nossa volta. Uma atividade que pode ser utilizada nesse aprendizado é a chamada “leitura da paisagem”. Trata-se de um roteiro de ação participativa para levantamento das características de cada região - rural ou urbana. A seguir apresentamos uma versão da metodologia de leitura da paisagem.
Pressupostos
As realidades de determinada região não são homogêneas. Por isso, é importante que o trabalho de reconhecimento das condições socioambientais do lugar atente para a identificação