Resenha
Produzido e dirigido em 1965 por Carol Reed, o clássico de 138 minutos foi baseado no homônimo de Irving Stone. Tendo como pano de fundo o conflito resultante do projeto geopolitico religioso, se assim podemos dizer, do representante da Igreja Católia da época, deparamo-nos com o eterno dilema do artista, que quer responder somente aos anseios estéticos, cedendo, em parte, ao vil metal.
A relação de Michelangelo com o Papa Julio II é de amizade onde cada um procura defender o seu ponto de vista, prevalecendo, no final, o respeito à autoridade de cada um em suas respectivas realidades. Nem mesmo as intrigas provocadas por Donato Bramante, arquiteto e conselheiro do Papa, que, alias, passam praticamente sem consquencias durante todo o filme. Até sua tentativa de impingir o grande Rafael como substituto na pintura da Capela Sistina. Este em determinado momento procura Buonarroti para expressar a sua admiração por ele e falar da sua incapacidade de tomar o seu lugar.
Em meio a pechinchas de Júlio II e seus atrasos nos pagamentos de salário do artista em eterna cobrança, onde apela-se a venda de titulos para angariar fundo na campanha de guerra e na manutenção das obras artísticas e arquitetônicas, correndo-se o risco de derrotas bélicas, o que de fato ocorreu, as quais acarretariam inclusive em exílios, suspensão e destruição de monumentos, vemos mesmo assim a manutenção do desiderato.
Michelangelo a certa altura dos acontecimentos planeja viajar para a Turquia onde construiria uma ponte para um sultão. Desistirá da proposta e, quando mais adiante o Papa, quase falido, disser-lhe