Resenha
No século XVII, a Igreja Católica tinha corrigido a maior parte das fraquezas disciplinares que podia-se legitimamente lhe censurar no século precedente, as diferentes confissões reformadas não procuraram regressar à obediência de Roma. As causas da Reforma foram então mais profundas “que o desregramento de cônegos epicuristas ou os excessos de temperamento das freirinhas de Poissy”.
Na Confissão de Augburgo, quando se debaterem os abusos, não se tratará dos costumes dos monges, mas da “comunhão sob uma única espécie, da missa instituída como sacrifício, do celibato eclesiástico, dos votos de religião, dos jejuns e abstinências impostos aos fiéis”.
A) O Pecado Pessoal, A caminho da Justificação pela Fé
1. Presença da morte e sentimento de culpabilidade
A indivíduos e sociedades pesaram as consciências e se sentiram culpados. Só o pecado pode explicar tantas desgraças. Sem dúvida os Cristãos deste tempo viam uma fiel imagem de si próprios No tempo de Gregório VII e de São Bernardo, existiam tantos abusos na Igreja como na época da Reforma. Não resultou daí contudo nenhuma ruptura comparável à do Protestantismo. Outro fato que deve nos esclarecer: Erasmo, tão duro no Elogio da Loucura (1511) para os padres, monges, bispos e papas do seu tempo, não aderiu entretanto à Reforma.
No século XVII, a Igreja Católica tinha corrigido a maior parte das fraquezas disciplinares que podia-se legitimamente lhe censurar no século precedente, as diferentes confissões reformadas não procuraram regressar à obediência de Roma. As causas da Reforma foram então mais profundas “que o desregramento de cônegos epicuristas ou os excessos de