Resenha
Pandora Filmes, 2005. Duração: 122 min.
Bruno Darvet, bem sucedido, famíla feliz e funcionário de uma ótima empresa (uma fábrica de papel). Esse é o perfil do personagem principal do filme “O corte”.
A vida deste bem sucedido funcionário, começa a se transformar quando é surpreendido ao ser demitido após 15 anos de trabalho.
A partir daí, não só ele, mas também sua família, passam a conviver num processo onde a qualidade de vida e as dificuldades são postas à prova, evidenciando o primeiro sinal do desemprego. Não demora muito para o desespero entrar em ação. O filme parece exagerado porque supervaloriza emoções e ações, mas dá o seu recado muito bem: o sistema econômico é perverso e ilusório. Bruno Darvet provavelmente, como muitos outros bem sucedidos e numa zona de acomodação, há anos sem experimentar a avaliação, o julgamento de seleções cada vez mais inovadoras, deviam pensar que para ter o tal lugar sonhado ao sol, bastava apenas ter competencia e habilidades, quando na verdade, o “jogo” é muito mais perverso e bem tramado.
No modelo capitalista o desemprego faz “parte do negócio”, ele já está no planejamento, tem que existir. Neste enredo, a classe dominante, cumpre a tarefa, muito bem por sinal, de exlusão a tudo que possa atrapalhar os planos. A estratégia, que engana muita gente, deve ter enganado também o pobre Bruno Darvet, é fazer a sociedade acreditar que o Estado está preocupado em manter o bem comum da sociedade, quando na verdade, manter o controle seria a ideía mais correta.
As relações sociais e de produção são controladas, portanto, não são somente as qualificações que garantem um lugar no mercado, até porque, não há lugar no mercado de trabalho para todos, por isso há competição. Se há competição, nos tornamos individualistas a até egoístas. Em fim, o capitalismo é tão contraditório e cínico que quanto mais progride, pior fica a vida do trabalhador e as exigências do mercado, é