Resenha
Aluna: Liliane Cristina Protcz
Resenha temática: A hora da estrela
Guarapuava 29 de novembro de 2011
Resenha temática
A hora da estrela Esse tema, A hora da estrela, é muito bom para se discutir tanto “ o enredo” da obra como também os requisitos que a autora usa na sua construção. “CAMPADELLI & ABDALLA JR.” dizem que as obras de Clarice dificilmente têm um enredo, um começo, meio e fim, como os cânones narrativos tradicionais. A própria autora nunca soube explicar os seus processos de criação. “É um mistério”, dizia ela. “Quando penso numa história, eu só tenho uma vaga visão do conjunto, mas isso é coisa de momento, que depois se perde. Se houvesse premeditação, eu me desinteressaria pelo trabalho. Mais do que histórias, os seus livros contêm impressões. Por isso, consciente de sua condição como (não-)escritora, Clarice dizia-se uma “sentidora, intuitiva”. Essa obra tem como protagonista uma alagoana chamada Macabéa, que após a morte de sua tia decide se mudar para o Rio de Janeiro. Essa moça “nada” sabia fazer, era ingênua, feia, infeliz. Seus dias dividem-se entre o trabalho como datilógrafas, as madrugadas, para ela, eram embaladas pelos sons regulares da Rádio Relógio: hora certa, anúncios, pouca ou nenhuma música. É por intermédio dessa escuta, entretanto, que Macabéa vai lentamente construindo um certo reconhecimento sobre si e sobre o mundo.” (AQUINO, 2000, p. 205): A rádio realmente desperta na moça uma avidez por conhecimento, o que fazia com que sua vida se tornasse menos banal, mais importante. Essa narrativa foi a última a ser publicada por Lispector ainda em vida e “A hora da estrela” seria um “ponto de articulação” entre as lições realista-naturalistas da autora e seus poemas em prosa, nos quais tempo, enredo e personagens se desagregam. Esta novela “não só recolhe quase todos os problemas da narrativa dos outros romances de Clarice Lispector, mas também muitas de suas imagens.” (SÁ,