Resenha - O Erro de Descartes
“O Erro de Descartes” de Antônio R. Damásio tem o propósito de mostrar que a razão pode não ser tão pura quanto parece e que as emoções e sentimentos não são intrusos no seu campo e podem até estar mais ligados a ela do que se pensa.Foi descoberto que a nossa mente não seria o que é se não existisse uma interação entre o corpo e o cérebro.O livro analisa casos de pacientes que por variados motivos sofreram danos nolobo frontal do cérebro, que está intimamente ligado a respostas afetivas e capacidade para ligações emocionais.
O autor ilustra de uma maneira dinâmica o fato de que as emoções são indispensáveis para a nossa vida racional. Ele mostra algumas relações entre a biologia do corpo humano e do pensamento. São as emoções que nos fazem únicos, é o nosso comportamento emocional que nos difere uns dos outros.
Damásio vai contra a idéia de René Descartes referente a muito famosa frase “Penso, logo existo”. Tal frase afirma que a partir do momento que percebemos nosso pensamento, passamos a existir. O autor do livro nos mostra que isso pode não ser a verdade. Para ele, o que ocorre é o inverso, isto é, a partir do momento que nosso corpo passa a existir em sua plenitude e permanece sadio é que passamos a pensar com eficiência e mantermos nossa racionalidade.
O livro começa contando parte da história de Phineas Gage, um capataz da construção civil que viveu no século XIX e aos 25 anos de idade sofreu um grave acidente enquanto explodia rochas para a construção de uma estrada. A tarefa exigia atenção e cuidado, mas devido a um descuido de sua parte, o artefato explodiu antes da hora e um pedaço de ferro atravessou seu crânio. Surpreendentemente, o rapaz sobreviveu e continou consciente.
Seus companheiros o levaram até o lugar onde poderia ser atendido por um médico. Um neurologista passou a acompanhar as reações e a recuperação de Gage. Para a surpresa de todos, fisicamente a recuperação foi completa. Ele podia ouvir, falar, andar, tocar, havia