Resenha O Enobrecimento Urbano
Autor: Silvana Rubino
É a transformação gradual de uma zona popular em região nobre. No processo de gentrification não há alteração do espaço construído e sim uma mudança de enquadramento de percepção e classificação transformando o que antes era considerado feio e degradante em barras com charme e distinção e supervalorização.
O processo é destrutivo em termos de relações sociais. É uma política de exclusão que visa o capital voltado para a industria imobiliária e cultural. Trata-se de uma nova ordem social imposta ao ambiente construído; a idéia disseminou-s após a globalização.
Um outro ponto a considerar é o caráter antimodernista desses processos de ocupação d espaço urbano: reabilitam-se áreas tidas como obsoletas aproveitando as constrições antigas em meio às novas. O renascimento urbano é estimulado mais por forças econômicas do que culturais. Foi predominante em Nova York nos anos 60 e em Londres atualmente. Durante a década de 80 surgiu na região do Soho outro tipo de investimento imobiliário voltado mais para a classe artística, os Lofts (antigos galpões que serviam como residência e/ou local de trabalho). No Brasil seria mais adequado empregarmos o termo Gentrificação Marginal: caracterizado por um processo pelo qual alguns bairros centrais são tomados por uma população jovem, escolarizada, mais abastadas que os antigos moradores sem serem, porém, os ricos da cidade. É o capital cultural mais qe o econômico que predomina nas escolhas e classificações. Nas cidades brasileiras o enobrecimento é mais voltado para a revitalização e preservação de áreas centrais e históricas por serem esteticamente mais belas e qualitativas, mais econômicas (na maioria das vezes, são construções tombadas pelo IPHAN ficando a conservação dos imóveis a cargo do proprietário) e por valorizar a posse de bens raros e com memória afetiva.