Resenha: o alienista
O alienista, um conto que satiriza a crença nos poderes ilimitados da ciência. De Machado de Assis (Joaquim Maria Machado de Assis), jornalista, contista, romancista, cronista, poeta e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839. É o fundador da Cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras. Publicado em 1831 tem a loucura como tema. É a história de Simão Bacamarte, médico estudioso, cientista, que pensa que a ciência é tudo. Formado em medicina em Coimbra e Pádua, retorna ao Brasil aos trinta e quatro anos de idade. Casa-se com uma mulher mais jovem e pouco bonita e atraente, apenas porque, lhe parece cientificamente, que eles teriam bons filhos. E isso não acontece. Decido, começa a estudar as doenças psíquicas. A cabo de algum tempo resolve construir um hospício na cidade, para internar os doentes mentais que andam soltos ou trancados de modo sub-humano. Sua concepção de loucura vai se alargando e, aos poucos, mais e mais pessoas vão sendo internadas, algumas por nada. A cidade vai revoltando-se em silêncio, alguns tentaram fugir, outros são capturados e pesam que Bacamarte assim procede por motivos pessoais. Mas não, o médico tudo faz por amor à ciência, tanto que pediu para não mais receber dinheiro para cuidar dos loucos. Após uma estranha revira-volta, Bacamarte volta a ter apoio da Câmara Municipal e prossegue internando loucos, incluindo a esposa, até que percebe que oitenta por cento da população está internada na Casa Verde em Itaguaí. Liberta então todos e passa a capturar os poucos que goza perfeita capacidade mental. Ao fim de um ano e pouco, a Casa Verde encontra-se vazia e, do lado de fora, todos enlouquecidos. Bacamarte, então, faz uma auto-análise, recolhe-se à Casa Verde e morre sem conseguir cura para sua sanidade.
Ao imaginar que reunia em si mesmo a teoria a prática de uma ciência obscura e pouco estudada prende-se no seu próprio hospício,