Resenha A Cr Tica Feminista Ao Metodo Cientifico
BANDEIRA, Lourdes. A contribuição da crítica feminista à ciência.
O texto parte da premissa de que a produção do conhecimento científico ao longo da história teve uma hegemonia masculina, com fundamentos baseados na universalidade e neutralidade da ciência e com uma linguagem androcêntrica. A crítica feminista a ciência moderna vai de encontro com os paradigmas construídos ao longo dos séculos e com as culturas que lhe atribuem valor.
Há de fato, um consenso entre a corrente teórica feminista de que a mulher durante séculos viveu e ainda vive uma condição de subordinação perante o homem, à crítica feminista tenta transformar tal condição através do relativismo, ou negação de qualquer universalidade ou valores fixos herdados, como nas relações familiares onde à mulher assume o papel reprodutor e o homem o papel de provedor.
O texto faz menção a fatos históricos onde foi negado a mulher o direito de frequentar universidades, e com isso restringindo-as do campo científico, a obscuridade da mulher perante a objetividade masculina, a naturalização da inferioridade feminina, divisão sexual do trabalho e etc, foram uns dos vários argumentos usados na época para legitimar tal atitude. Citada no texto, a feminista inglesa Mary Wollstonecraft acreditava que para a mulher entrar nos círculos sociais predominantemente masculinos deveriam se portar como eles, deveriam representar o modelo “masculino universal”.
Aprofundando mais a crítica feminista em pontos específicos temos como “alvo” as diferenças entre sexo e gênero, o desenvolvimento moral, o monopólio masculino na representação da história, a ausência feminina na representação da historia, a visão androcêntrica da sexualidade, o patriarcalismo e diversas outros temas são alvos de críticas do pensamento feminista.
É enfatizado no texto o aspecto hegemônico nas ciências “duras” onde a presença da mulher ainda é menor que a do homem, dados do CNPq comprovam forte presença masculina nas áreas de Exatas,