Resenha - a cidadania no feminino
Viveu-se em uma sociedade cheia de costumes, usos e valores que adotava uma definição de homem e mulher. O trabalho doméstico era uma ''vocação natural'' da mulher já que a feminização dessa ocupação já existia. A mulher foi educada para cuidar dos outros, da casa, especialmente da família. Esse prolongamento biológico, durante muito tempo, fez com que as mulheres que trabalhassem fora de casa fossem encaradas como desonestas. Desse modo, o trabalho remunerado foi reprovado moralmente durante um longo tempo, pois se tratava de algo impróprio a seu sexo.
Educadas para o lar, meninas só passam a entram em estabelecimentos escolares no ano de 1827, devido uma lei criada no Brasil. Um longo tempo depois, em 1879 foi permitido o acesso à universidade, porém uma minoria tinha coragem de enfrentar os preconceitos já que se acreditava que ''Lugar de mulher era em casa, cuidando da família, estudar só se fosse para aperfeiçoar-se nos papéis de esposa e mãe''.
A sexualidade da mulher foi demonizada por um autor em uma tese de Medicina defendida em 1915 onde ele dizia que ''Com exceção das nymphomanas, as mulheres são sem exaltação erótica, o que as torna essencialmente e biologicamente monógamas'', com essas palavras o autor afirmou que as mulheres consideradas normais não tinham desejo, mas sim as doentes que possuíam desejos sexuais. Para completar o autor condenou o adultério feminino, sem discriminar o masculino, dizendo: ''O adultério feminino é crime grave. Das chagas do organismo social é a mais aviltante. '' Paralelamente condenou também os atos sexuais sem função reprodutiva, ''O sexo – em se tratando