resenha walter benjamin
Fotografia
Leandro Ferreira da Cunha Neto - turma 51
Resenha do texto de Walter Benjamin (Valor de culto e valor de exposição/Fotografia/Valor de eternidade)
A história da arte foi construída em dois pólos opostos: o valor de culto, que insere a obra um uso ritual, tornando-a muitas vezes pouco acessível, isolada e restrita somente para a finalidade de adoração, preponderante na Idade Media e nos períodos que a antecederam, e o valor de exposição, que ganhou lugar na atualidade, com a acessibilidade a obra e agregando a ela função artística e, mais importante, de exercício de novas perspectivas, como é o caso do cinema e que, com o surgimento de vários métodos de representação, apresentou um grande salto qualitativo quando comparado ao período anterior. É o caso da fotografia, que reforçou o recuo do valor de culto, apesar desse polo ainda aparecer no principal tema das primeiras fotos, o retrato. O culto a saudade é retratado nessa temática pela representação de entes ausentes ou defuntos (como nas fotografias post mortem, muito comuns no século 19). Entretanto, com a sobreposição das fotografias que retiram o homem como centro dessa representação, o valor de exposição supera de uma vez o seu oposto. As fotos se tornam registros do processo histórico, tornam-se necessárias legendas explicativas, até se tornarem uma sucessão de imagens que se complementam. Na Antiguidade Clássica, a limitação dos processos técnicos de reprodução da arte fez com que as obras não produzidas em massa adquirissem valor único de eternidade. Essa característica marcou toda uma evolução artística posterior, sendo oposto a nossa realidade atual, quando as obras de arte ganharam amplitude nas representações