Resenha Viena fim de seculo
Carl E. Shorske elaborou um livro com o nome “Viena Fin-De-Siècle, Política e Cultura”, a presente resenha tem o objetivo de apresentar o Capítulo I desse livro “Política e Psique: Schnitzler e Hofmannsthal”. Neste capítulo, o autor tem a preocupação de expor as características de uma cidade da Áustria: Viena, em meio ao século XIX. Entretanto, não apenas de suas condições sociais, ou econômicas, mas propõe relatar as principais características da cultura liberal desse recorte histórico. Viena se assemelhava em alguns aspectos com outras cidades da Áustria, porém com suas peculiaridades em que o autor destaca “Estranhamente dividida entre componentes moralistas e estéticos contraditórios, ela deu à intelligentsia fin de siècle o aparato intelectual para o enfrentamento da crise de sua época”.1
Shorske procura traçar sua abordagem através do âmbito cultural, tendo como ponto principal a cultura liberal. O autor analisa a arte, a estética, a literatura da cidade de Viena, relacionando às características liberais. Através de duas figuras literárias da época: Arthur Schnitzler e Hugo Von Hofsmannsthal, o autor procura observar as condições da crise liberal e “elaborar concepções sobre a relação entre política e psique”. 2
No primeiro momento, o ensaio tem por objetivo explicar rapidamente o fundamento das crises políticas desse período. Então o autor começa dizendo de como foi a instalação do liberalismo na cidade de Viena, depois de muitos embates contra a aristocracia e o absolutismo barroco, como outras nações europeias, o liberalismo chega a sua estabilidade constitucional nos anos 1860, segundo o autor, sua base social era enfraquecida pois era restrita a uma pequena classe média urbana que possuía o direito de voto restrito. Com isso, por volta de 1880 surgiram outros grupos buscando uma participação política efetiva, ganhando força se tornaram partidos de massa como social-cristãos, pangermânicos anti-semitas,