Resenha Um estranho no ninho
A primeira coisa que se percebe ao analisar as formas de tratamento aplicadas no sanatório, é que parece não haver preocupação com saúde metal dos internos, mas sim com a ordem e com o controle institucional. Os pacientes são submetidos a uma rígida rotina, intensa medicalização e a terapia em grupo são feita de forma humilhante, onde todos expõem seus maiores problemas e traumas e os vêem sendo usados para amedrontá-los e denegri-los.
Desde o momento de sua chegada, McMurphy vai contra todo o sistema empregado, o que acaba o tornando uma espécie de herói para os outros pacientes, que não conseguiam contestar as regras da instituição. Mac em momento algum, os trata como doentes, como pessoas incapazes, diferente de todos que os cercavam. Ele os encoraja a questionar a vida que levam e a almejar os simples prazeres, como assistir a um jogo ou fazer um passeio de barco. O mais bonito de se observar no filme, é essa amizade que McMurphy desenvolve com os outros internos, e o quanto isso os ajuda a melhorar.
Outro ponto do tratamento que merece destaque é o empregado a aqueles que “saem da linha”. Eles são submetidos a punições como choques elétricos e, em casos considerados mais extremos, até a lobotomia, como ocorre com o próprio McMurphy. Essas punições parecem ter a função não só de punir aqueles que não respeitam as regras, mas também de amedrontar e desencorajar os demais pacientes, mantendo-os sobre absoluto controle.
Observamos também, que apesar de muitos pacientes estarem ali por vontade própria, eles não se sentem realmente livres. Eles são