Resenha ufabc ib
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABCInterpretações do Brasil - Gilberto Maringoni
Resenha: Casa-Grande & Senzala: Formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal Nome: Raquel Barbosa da Silva RA: 21054215 Data: 24 de julho de 2015 Turma: B noturno
Casa-Grande e Senzala é obra perene, como salienta Fernando Henrique Cardoso no prefácio da 51ª edição, mas é também matéria manente, seu estilo ensaístico e dinâmico torna suas numerosas páginas corridas, a ponto de não ser um problema sua extensão.
Gilberto Freyre serve-se de uma escrita não-convencional do ponto de vista da historiografia, o lirismo em muitas das passagens põe em dúvida o rigor científico do trabalho. No entanto, se pensarmos na década de 30 e no contexto da Eugenia, Freyre foi um verdadeiro homem de vanguarda, apesar de manter uma percepção de mundo ainda presa à percepção social vigente ele deu um passo à frente dos demais intelectuais da época.
A formação acadêmica de Freyre nos Estados Unidos, suas viagens de pesquisa empírica, sua estadia em Portugal, permitiu a criação dessa obra solene, o que não é exagero já que a admissão do negro e do indígena como pilares da nossa formação foi um salto para as interpretações do Brasil.
O subtítulo desse cânone sugere a essência fundamental do fazer freyreano, não interessa para o autor, ao menos de maneira direta, o estudo da estrutura econômica e política da Colônia, mas um olhar atento para história íntima, a vida doméstica. Decerto Gilberto Freyre
foi um grande
examinador dos costumes na formação cultural.
No prefácio da primeira edição de 1933 o autor aponta que dos problemas brasileiros, aquele que mais o inquietou foi a miscigenação, o contato com a obra, já no início, confirma a importância desse processo no arcabouço da sociedade brasileira.
A valorização do negro e do mulato na significação do Brasil sucedeu pela influência do antropólogo Franz Boas, a quem Freyre proferiu os devidos agradecimentos:
"O depoimento dos antropólogos