Resenha - Transformações do trabalho e violência psicológica no serviço público brasileiro
Texto Breve
Objetivando realizar uma reflexão sobre as mudanças ocorridas no setor público e a violência psicológica no trabalho, além de investigar os reflexos de tais mudanças na organização do trabalho e no modo de agir dos trabalhadores, a autora do artigo afirma que os “modismos” administrativos têm ganhado lugar nos órgãos públicos, resultando em transformações nos modos de gestão. Tais transformações influenciam na vida pessoal e profissional dos trabalhadores.
São citadas algumas das mudanças ocorridas nas organizações públicas, entre elas: imposição de novas regras e procedimentos, imposição de prazos para o cumprimento de metas, a intensificação do trabalho e a implantação de novos instrumentos tecnológicos. Tais transformações têm como consequências o aumento da pressão, da competição, do sofrimento psíquico e do adoecimento dos trabalhadores. A reestruturação produtiva e a adoção de novas tecnologias resultaram em alterações nos modos de trabalho e de ser dos trabalhadores, afetando a identidade dos mesmos.
É tratado o fato da administração pública ser caracterizada pela não diferenciação entre o que é público e o que é privado, o que acarreta na perpetuação de práticas clientelistas, na corrupção e no nepotismo, gerando a estigmatização e contaminação do serviço público.
As organizações públicas se tornaram ambientes propícios para a ocorrência da violência psicológica e vêm sofrendo da chamada “Patologia Organizacional”, prevalecendo modos de organização do trabalho que favorecem o adoecimento e o sofrimento psíquico.
A autora afirma que trabalhadores do setor público são mais sujeitos a sofrerem violência psicológica que trabalhadores do setor privado. Discordo de tal afirmação, pois apesar de tais características das organizações públicas, há muito mais incertezas e violência psicológica permeando empresas privadas que públicas.
São apresentadas quatro