resenha titular/reserva
Tornou-se praticamente um consenso a afirmação segundo a qual esta obra de Lacoste – assim como a revista Hérodote, revue de géographie et de géopolitique, idealizada e dirigida por Lacoste, cujo primeiro número também saiu em 1976 – constitui o trabalho seminal da geografia crítica. [Não devemos confundir, como muitos fazem, a geografia crítica inicialmente latina com a geografia radical anglo-saxônica existente desde o final dos anos 1960, apesar de uma aproximação recente, já neste novo século, quando alguns poucos autores desta última corrente – tais como Tim Unwin, Nicholas Blomley e outros – passaram a falar na transição ou metamorfose de uma geografia radical para uma crítica com base principalmente nos escritos de Habermas e na incorporação de outras correntes críticas além do marxismo (anarquismos, pensamento pós-moderno, feminismo, etc.). Destarte, a geografia crítica desde seu início, com Lacoste e a sua entourage, buscou subsídios não apenas no marxismo (com reticências), mas principalmente no anarquismo e nas idéias de autores pós-estruturalistas ou pós-modernos como Foucault, por exemplo. Por outro lado, a geografia radical anglo-saxônica, pelo menos até