resenha texto de perto ninguem é normal

O texto inicia sua abordagem partindo dos dizeres de Caetano Veloso, “de perto ninguém é normal”. A autora faz uma contextualização histórica sobre a normalidade e a anormalidade do ponto de vista psicológico e psicopatológico. Normalidade é um estado padrão; normal: o que é considerado correto, justo sob algum ponto de vista. É o oposto da anormalidade. A normalidade muitas vezes se dá por conta de uma maioria em comum, sendo anormal aquele que contraria esta maioria. A autora enfatiza a importância dos conceitos de normal e patológico estabelecidos por Kurt Schneider, que determina que para que um sujeito seja considerado normal é preciso que ele seja modelo de perfeição.
O texto também aborda questões referentes à Psicopatologia e sua relação com a normalidade e a anormalidade. Operando sobre o que foge a essa norma e atribuindo caráter patológico. O que para a psicanálise não é importante, já que esta opera sobre o desejo e ignora a norma ou a concepção de um "ideal" padrão, deixando de lado a importância nos conceitos de normalidade e anormalidade e dando ênfase no próprio desejo do sujeito.
A psicanalise trabalha suas hipóteses diagnósticas a partir de tres principais grupos de estruturas clinicas: Neurose, Psicose e Perversão. As três estruturas apresentam um discurso e um posicionamento bem característicos, como mecanismos de defesa, sintomas e sinais quando adoecem ou quando seu desejo se faz presente. É a partir desta postura e discurso que o sujeito se insere na linguagem e na cultura - e faz isto de uma maneira singular - por isto que, apesar de apresentar uma estrutura clinica predominante, manifesta-a de maneira própria, a partir de sua historia de vida. É preciso olhar “de perto” para perceber a abertura do inconsciente, onde a lei que vigora é a sua própria, e constatar que o desejo do sujeito não atende a norma, então "de perto ninguém é normal".