RESENHA: Testa de Ferro Por Acaso (The Front)
A perseguição aos simpatizantes e adeptos do comunismo liderado por Joseph McCarthy, que acabou recebendo o nome de “macartismo” ocorreu no final dos anos 40 até meados dos anos 50 nos Estados Unidos durante o contexto da Guerra Fria é retratada de forma primorosa no filme “Testa de Ferro Por Acaso”. O longa dirigido por Martin Ritt se passa no ano de 1953 e narra a história de Howard Prince (Woody Allen), um homem que trabalha em um restaurante e resolve ajudar o amigo Hecky Brown (Zero Mostel) em troca de dinheiro para salvar suas dívidas de jogo. Heck é um roteirista que se encontra na Lista Negra de Hollywood, onde todos os atores, diretores e profissionais da área cultural norte-americana que defendiam ideias de esquerda eram marcados, e com isso, não conseguiam trabalhar, além de arruinar a carreira de muitos trabalhadores. Na tentativa de burlar essa Lista durante o período que ficou conhecido como “caça as bruxas”, Heck pede ao amigo Howard que apresente um roteiro escrito por ele a uma emissora de televisão como se fosse seu. A princípio, tudo funciona bem, até que o personagem interpretado por Allen conhece Florence Barrett (Andrea Marcovicci), um ator que também tem o nome de a lista e começa a mudar seu pensamento diante da situação em que está envolvido, modificando os rumos da trama. Apesar de acontecer em locais, períodos e contexto históricos bem diferentes, é possível traçar um paralelo entre o período do macartismo com a censura feita aos artistas no Brasil durante a ditadura militar. Da mesma maneira em os americanos criavam planos a fim de burlar o forte controle de seus trabalhos pelo governo, os brasileiros também armavam tramas para conseguir transmitir suas mensagens em meio a tanta repressão política.
Mesmo estudando durante anos esses períodos de censura e repressão por parte do governo, ainda é chocante ver tudo pelo que as pessoas passaram para conseguir para propagar aquilo que