Resenha tempos modernos
O “Vagabundo” sofre gato e sapato dentro de uma fábrica repleta de geringonças como um “Comedor para Funcionários”, que promete diminuir para apenas 15 minutos o horário do almoço. Demitido da fábrica, ele acaba encontrando uma moradora de rua (Paulette Goddard) e com ela decide procurar felicidade e dinheiro. Mas o que ele acaba encontrando mesmo são desventuras como vigia noturno sobre patins, como um hilário garçom-cantante de músicas sem sentido, como presidiário e muito mais. A excelência de Chaplin nessa obra não fica datada: Tempos Modernos é uma sátira atemporal.
O anti-herói tragicômico Carlitos, em sua faceta trabalhador industrial talvez tenha sido quem melhor traduziu a Grande Depressão (1929-1941) nos Estados Unidos. Charles Chaplin com seu filme Tempos Modernos (Modern Times, 1936) sintetizou como ninguém o período histórico marcado pelo desemprego em massa, queda acentuada do produto interno bruto em decorrência do declínio da produção industrial e dos preços das ações subseqüente à Quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929.
A Grande Depressão gerou grandes repercussões para a nação norte-americana – cerca de 325 bilhões de dólares foram perdidos só em bens. O declínio econômico trazido pela Depressão teria custado aproximadamente um ano e dois meses de emprego. Entretanto, a fenda no padrão de vida não se configurou de forma equânime para todas as parcelas da população estadunidense. Oficiais das Forças Armadas, pilotos de linhas aéreas, professores universitários e alguns operários especializados se mantiveram estáveis. Alguns norte-americanos ainda conseguiram prosperar em seus negócios, chegando em poucos casos acumular fortunas significativas. É evidente que a maior parte da