RESENHA SOURDS ET MALENTENDUS
825 palavras
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIROINSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO SOCIAL
Resenha do filme “Sou surdo e não sabia” (Sourds et malentendus).
Muito além de um ouvido
Charles dos Santos Souza
O filme “Sou surdo e não sabia” (Sourds et malentendus) é um documentário francês de 2009, escrito por Sandrine Herman e Igor Ochronowicz, dirigido pelo mesmo Igor Ochronowicz ,com 70 minutos de duração. O filme intercala a narração de Sandrine com reconstituições de momentos de sua vida representados por atores e atrizes, e depoimentos de profissionais ligados ao diagnóstico e educação de surdos. A temática central do filme é a história da surda Sandrine Herman e de seus conflitos e dificuldades de comunicação com os falantes, sobretudo seus pais, e de que maneira isso contribuiu para a sua afirmação identitária.
O documentário se inicia no ambiente de uma sala de aula onde um professor apresenta a dicotomia “deficiente auditivo x surdo”, tal qual em nossa primeira aula do curso de Libras da UFRRJ. Assim como nosso professor Lucio Lugão, aquele docente demonstrou que o a definição “deficiente auditivo” abriga não somente àqueles que têm uma perda auditiva, mas também é utilizado para definir de forma eufemística os surdos, o configurando um problema para a constituição da identidade destes, vistos sempre como deficientes, como pessoas desprovidas de algo e não simplesmente como seres com suas potencialidades.
Adiante a narradora levanta um questionamento sobre as razões de um diagnóstico precoce de surdez, relatando que o seu diagnóstico tardio proporcionou uma interação com seus pais pautada em sentidos como e a visão e o tato que essa descoberta rompeu, mudando a relação que os seus pais tinham consigo, tornando-os distantes e frios.
Outra crítica relevante concernente a essa questão, é feita por um médico que expõe dois argumentos: um é o de que esse diagnóstico precoce não se faz necessário assim como o de