Resenha sobre a contribuição da psicanálise á educação
Elena Etsuko Shirahige e Marília Matsuko Higa: A contribuição da psicanálise à educação. São Paulo: SP, 2004. 13-45 p.
Anselmo de Abreu
A psicanálise surgiu em oposição aos conceitos tradicionais da psicologia que tinha como objeto de estudo a análise da consciência e a estreita ligação com os órgãos dos sentidos. Freud explorava os processos misteriosos do psiquismo que ainda hoje é um longo campo de análise subdividido em vários segmentos que exploram regiões abissais que às vezes se apresenta de forma ociosa mas que está presente em nós e portanto, se faz necessário respostas a exemplo de nossas fantasias de nossos sonhos, do porque esquecemos algo considerado importante, de nossa interioridade e de alguns problemas que ainda a ciência não responde. Todos esses possíveis objetos de estudos levou Freude a fundar a Psicanálise. Foram mais de 40 anos de um longo caminho de descobertas até chegar ao vasto acervo que constitui, hoje, a teoria psicanalítica. Para isso foram importantes e decisivas algumas parcerias das quais Freud pôde extrair pontos que, paulatinamente, foram moldando e amadurecendo seu pensamento. Podemos citar nessa perspectiva o estudo de Jean Charcot, famoso psiquiatra Francês que utilizava hipnose no tratamento de histeria. Foi justamente nos trabalho com Jean Charcot (1881) que Freud concebeu o primeiro postulado de sua teoria, qual seja a natureza psíquica da histeria. Freud concluiu que não apenas os conteúdos conscientes influenciam o comportamento humano, mas também os inconscientes. Freud foi trabalhar em Viena (1886) com Josef Brauer no caso de Ana O. Nos trabalhos com Brauer os pacientes relatavam histórias cujos conteúdos apresentavam ligação estreita com os fatos ocorridos na vida deles. Surpreendentemente, após essas sessões, Freud e Breuer observaram uma melhora significativa nos pacientes, como se eles tivessem se purificado dessas lembranças mediante o uso do método catártico de Brauer. Diferente de Brauer,