Resenha sobre gurevitch
Nesse texto, Gurevitch se propõe a entender e explicar o comportamento do homem medieval: como ele era, como via o mundo, o que o guiava e o influenciava na sua conduta. Contestando as visões de alguns historiadores que o antecederam à qual a Idade média era tida como a “Idade das Trevas”, uma época mergulhada na escuridão religiosa, considerada uma época econômicamente atrasada. A cultura medieval tinha uma noção de vida e de mundo extremamente conflitantes, com de sublime e de vil, de espiritual e de corporal, de vida e de morte.
Para Gurevitch, o homem medieval era extremamente religioso, em busca de equilibrio, necessitava de um postulado que explicasse e orientasse a humanidade pela crença em Deus. Sua preocupação central era com o vindouro, ele acreditava que a religião era o epicentro do mundo.
Na Idade Média, tudo que acontecia só fazia sentido quando encarado pelo ponte de vista da eternidade, tudo era cumprimento da vontade divina. Não existia individualismo no medievo, não existia o “eu” e sim o coletivo, a sua visão de mundo era uma visão cósmica, acreditava-se haver uma lógica universal que suplantava tudo que existia. O historiador alemão Leopold Von Ranke afirmava : “Cada época está em relação direta com Deus.”
Gurevitch pensa que o conhecimento histórico é sempe uma consciência de si mesmo; os homens ao estudar a história de outra época tendem sempre a comparar como seu próprio tempo. Ele afirma que deve-se haver uma abordagem e um estudo rigoroso para se compreender as culturas de outras épocas. Não se pode compreender a cultura do medievo ignorando o sistema de valores o qual está sua visão de mundo.
O historiador não pode somente usar sua imaginação, ou sua intuição, ele deve apoiar-se em métodos científicos, fazer uma abordagem bastante objetiva de todo o material que ele tem disponível. Pretendendo falar sobre os conceitos e modalidades de percepção de realidade, como o tempo,