Resenha Roger and Me
O documentário de Michael Moore tem como base a decisão do fechamento, tomada pelo presidente da GM, de diversas fábricas na cidade de Flint, Michigan, o que ocasionou na perca de dezenas de milhares de empregos acabando assim com grande parte dos empregos da região, antes com boa qualidade de vida, e agora em decadência. O motivo seria a busca por maior competitividade com o abrimento de novas fábricas em regiões com menos custos como o México.
Mesmo tratando de um caso isolado o documentário expõe uma realidade na economia atual, principalmente na lógica americana onde as fronteiras do capitalismo são estendidas permitindo a separação das linhas de produção da parte administrativa em busca de menores preços, sendo os investimentos realizados onde a maior retorno mesmo que isso envolva demissões em massa como no filme. Cidades que antes eram “sustentadas” acabam saindo dos planos das grandes corporações que visam sempre menores preços de produção.
Ao longo da trama também são expostas as contradições do capitalismo, onde enquanto os administradores da GM celebram o natal ou dão almoços os habitantes da cidade sofrem com a grande quantidade de despejos inclusive na véspera de natal. Exemplo clássico das diferenças sociais geradas pela acumulação de capitais e exploração do trabalhador.
E por fim, fica clara a desunião dos trabalhadores e as mudanças sindicatos que antes eram responsáveis por paralizações e agora tem sua função de defesa do trabalhador questionada, já que em alguns casos seus chefes tem relação próxima com os “patrões” perdendo seu poder de atuação.