Resenha Relativizando segunda parte
O autor tenta iniciar os escritos de uma forma diferente de muitos autores da área, que normalmente citam Heródoto como pai da história e primeiro antropólogo. Ele não acredita que Heródoto e os gregos antigos tenham tido realmente uma atitude antropológica, pois isso implicaria justamente, em uma relativização, e relativização significa, segundo o dicionário, ‘ver as coisas do mundo como a relação entre elas. Relativizar é quando deixamos de lado essa visão preconceituosa e aprendemos a ver o outro somente como diferente’. Levando-se em consideração esse conceito, torna-se impossível que houvesse realmente uma atitude antropológica em uma sociedade que tão claramente dividia o universo entre o NÓS (que seriam os gregos) e os OUTROS (bárbaros, que eram assim considerados por terem culturas diferentes). Portanto, situar a origem do nascimento da antropologia na Grécia antiga, seria ir contra os conceitos da mesma, porque a disciplina procura justamente distinguir as diferentes culturas, sem um olhar carregado e preconceituoso, enxergando-as tão somente como diferentes e nunca inferiores. DaMatta aborda primeiramente a formação da antropologia como disciplina saída da História, e em segundo lugar, tenta fazer justamente o contrário, colocando a História dentro da antropologia. Nesse parágrafo ele cita duas visões: a de tempo, que toda sociedade se submete, e a de história, que somente alguns grupos humanos desenvolveram. A antropologia é essencial para as sociedades, mas a partir do momento em que ela pede que se olhe para outras sociedades e encare-as como diferentes e não inferiores, já se torna uma tarefa de difícil execução, pois é essa diferença que legitima a exploração e destruição de uma sociedade, para que se possa trocá-la por outra. A Europa, a partir dos séculos XV e XVI, havia se tornado aristocrática e hierarquizada. O desenvolvimento da