cidades e regiões
O presente trabalho de pesquisa visa o estudo da utilização dos serviços de saúde de média complexidade do Município de Camaquã, por meio da sua caracterização e da identificação dos fluxos de utilização e do acesso geográfico, econômico, cultural e funcional dos usuários dos serviços de saúde, tendo como pano de fundo as desigualdades sociais e espaciais em saúde.
A ausência de infraestrutura não é uma exclusividade das grandes cidades, as pequenas cidades enfrentam problemas socioambientais em função do desordenamento urbano, existe nesses municípios uma dificuldade em elaborar políticas publicas que visem o ordenamento do espaço urbano, a legislação em vigor não abriga a elaboração de um plano diretor para municípios com população inferior a 20.000 habitantes. Aliado a falta de legislação há ainda o desinteresse por parte dos gestores municipais e a pouca disponibilidade de recursos (SOARES et. al.,2008).
Segundo Travassos e Martins (2004, p. 190), “a utilização dos serviços de saúde representa o centro de funcionamento dos sistemas de saúde”. As mesmas autoras, baseadas em Pineault e Daveluy, descrevem, em linhas gerais, que
Os determinantes da utilização dos serviços de saúde podem ser descritos como aqueles fatores relacionados: (a) à necessidade de saúde – morbidade, gravidade e urgência da doença; (b) aos usuários – características demográficas (idade e sexo), geográficas (região) , socioeconômicas (renda, educação), culturais (religião), e psíquicas; (c) aos prestadores de serviços – características demográficas (idade e sexo), tempo de graduação, especialidade, características psíquicas, experiência profissional, tipo de prática, forma de pagamento; (d) à organização – recursos disponíveis, características da oferta (disponibilidade de médicos, hospitais, ambulatórios), modo de remuneração, acesso geográfico e social; (e) à política – tipo de sistema de saúde, financiamento, tipo de seguro de saúde, quantidade, tipo de