Resenha "piratas da somália"
Em 1970, o General Siade Barre assumiu o poder no país e instaurou um governo ditatorial. Duas décadas depois o regime de Barre caiu e os opositores que o derrubaram se voltaram uns contra os outros, não conseguindo chegar a um acordo quanto à liderança do país; consequentemente, mergulhando-o em sucessivas guerras. Desde 1991 já houve 14 tentativas de se formar um Governo. O país continua, desde então, a ser um “Não Estado”. Atualmente, há dois grandes grupos que lutam pelo controle do país: a União das Cortes Islâmicas (UCI) e o Governo Federal de Transição (GFT), que tem o apoio da Etiópia e dos Estados Unidos.
Inicialmente, os piratas eram pescadores do vilarejo de Ely, que atacavam grandes navios estrangeiros que atuavam ilegalmente na costa da África. Com o caos instaurado na Somália a partir da década de 90, os jovens somalis passaram a invadir embarcações – dos pequenos navios de carga até grandes petroleiros. Para liberar as tripulações e devolver bens, eles exigem resgates. A renda fácil atraiu outros somalis, e atualmente há uma estimativa de que sejam 2.000 “piratas”.
Os “piratas” utilizam de tecnologias como GPS, para rastrear mensagens para localizar alvos e manter distância dos navios militares, lanchas, armamento de guerra: fuzis, lançadores de mísseis e metralhadoras. Contudo, aproveitando-se da violência e da situação do país com a falta de um Governo, muitas embarcações exploram indiscriminadamente a Costa da Somália e suas águas territoriais. Há uma grande prática de pescas ilegais praticada por grandes nações, sem declarações e regularização, fazendo uso inclusive de redes de pesca – que gera um esgotamento das reservas pesqueiras do país, e consequentemente, empobrecendo mais ainda a população local que tem a pesca como sustento.
Além disso, a Costa está sofrendo uma grande contaminação causada por lixo tóxico, hospitalar, industrial e químicos oriundos de outros países. Tal prática tem provocado muitas mortes e