Resenha sobre documentário Pratas da somália
“Pirata – rouba e saqueia nos mares, vive à margem da lei – é fortemente armado e conta, as vezes com apoio do estado. Quem são realmente os piratas?”
A Somália ocupa uma posição geoestratégica no continente africano em relação às rotas de transporte marítimo que a une com a Ásia e a Europa. Ela conquistou independência em 1960, porém a democracia durou apenas 9 anos, quando com um golpe de estado, o ditador Mohamed Siad Barré se torna chefe do governo. Siad Barré continuou em seu mandato até 1988, quando o movimento nacional somali se revolta contra sua ditadura. A insurreição desencadeia uma guerra que se prolonga até 1991 – Siad Barré abandona o poder e foge do país. Entretanto, sua partida não trouxe paz; sem um poder, clãs nativos começam a combater-se na disputa por território e controle do país, com confrontos constantes que duram até a atualidade. A violência, o caos e a anarquia dominam as ruas da Somália. A guerra civil trouxe diversas consequências devastadoras para o país: mais de 300 mil mortos, 1 milhão e meio de refugiados e uma situação grave de fome que arrebata o país, acompanhada de uma constante seca.
Devido aos constantes confrontos, a existência de um governo estável tem sido um desafio até os dias de hoje. Aproveitando-se deste caos, uma grande quantidade de embarcações de pesca oriundas de diversos países entra no território somali e dedicam-se à faina sem licença. Estes barcos vindos dos EUA, Ásia e Europa praticam um tipo de pesca denominada IUU (Illegal, Undeclared, Unregullated), em português: ilegal, não declarada e não regularizada. Sua prática incessante está acabando com as reservas pesqueiras da Somália, que já carece de uma autoridade e meios de proteger seu território. Atualmente mais de 800 barcos de