Resenhas
O filme retrata o outro lado da questão relativa aos ataques dos Somalis aos navios que atravessam sua Zona Econômica Exclusiva (ZEE). O documentário inicia com uma abordagem interessante que esclarece quais os conceitos de pirataria. Posteriormente, mostra que durante vários anos a Somália foi colônia dividida entre italianos, franceses e ingleses, e somente em 1960, conquistou sua independência. O que pareceria um momento de alegria e união transformou-se em um problema. A população da Somália é dividida em clãs e, cada um destes, lutava com os outros para obter a dominância política e governamental do país. Além disso, o General Siad Barre governou o país com um regime ditatorial até 1991. Diversos fatores podem ser apontados como os vetores das tensões e conflitos existentes na região.
Entre eles podem ser destacados: a grande desordem no país que prejudicam o seu abastecimento, favorecem o aparecimento de grupos extremistas e inviabilizam a existência de um governo central responsável por um Estado consolidado. O estado de fome, miséria, doenças foi ficando cada vez mais crítico. Com tudo isso, a Somália foi se afastando das relações internacionais e se transformou em um país propício para exploração indiscriminada por outros países. Sendo assim, algumas nações iniciaram um processo de atividade pesqueira sem nenhum tipo de autorização em sua ZEE, o que ocasionou a depleção de seus estoques pesqueiros, principal fonte de renda e de proteína de grande parte da população.
Posteriormente, os “países desenvolvidos” começaram a despejar o lixo radioativo em águas somali, o que só foi descoberto após a ocorrência de um tsunami o qual lançou os tonéis na costa. Diante disso, os clãs “rebeldes”, formados em sua maioria por pescadores, iniciaram um processo de tomada das embarcações que atravessavam as águas somalis.