Resenha Pinocchio
Benedetto Croce
Era uma vez um velho carpinteiro que se deparou com um belo pedaço de madeira. Quando foi lascá-lo para fazer o pé de uma mesa, o pedaço de pau gritou: "Não me bata com tanta força!". O carpinteiro, então, esculpiu a marionete que se tornaria um dos bonecos mais conhecidos do mundo: Pinóquio. Articulado e com vontade própria, Pinóquio podia falar, rir, chorar, dançar, fazer piruetas e até travessuras, como qualquer criança. Mas o que ele queria, mesmo, era tornar-se um menino de verdade.
Publicada originalmente em formato de folhetim no periódico Il Giornale dei bambini, de 1881 a 1883, sob o título A história de uma marionete, a novela de Carlo Collodi – pseudônimo literário de Carlo Lorenzi (1826-1890) – é um dos textos literários que mais sucesso fez e ainda faz entre adultos e crianças. Mas trata-se de muito mais que uma história comovente: nela Collodi conseguiu resumir muito do caráter italiano e comentar várias questões sociais, como a pobreza, a fome, a importância da educação e o mau funcionamento das instituições públicas. Por isso e pelo seu eterno encanto, Pinóquio é hoje considerado um dos pilares da literatura italiana, juntamente com Decameron e A divina comédia.
Todos nós já ouvimos, se é que não lemos, a famosa frase de Jesus em São João 14:6 "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim." A segunda sentença foi e tem sido sistematicamente abusada por intolerantes de todos os matizes. É importante notar que embora eu critique esses exageros de fideísmo, existem outras passagens como a famosa de São João, na qual Jesus ora para que todos sejam um que tem sido, mais recentemente, abusada pelos para instaurar uma espécie de relativismo que não poderia ser mais exógeno ao Evangelho. Mas o objetivo deste texto é, na verdade, deter-se sobre a primeira sentença do trecho citado.
Um Pouco de Lógica
É certo ver aí uma das