Resenha: "Perspectivismo e multinaturalismo na América Latina"
CURSO DE HISTÓRIA
INTRODUÇÃO A ANTROPOLOGIA – ARLEI SANDER DAMO
ALUNA: MARINA ALBUGERI DA SILVA
“Perspectivismo e multiculturalismo na América indígena”. In: A inconstância da alma selvagem – e outros ensaios de antropologia. VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A conclusão do autor no capítulo “Perspectivismo e multiculturalismo na América indígena” reside na constatação que ao contrário do Ocidente, que tem a natureza como única e invariável e a cultura como múltipla e variável; para os ameríndios todos os seres – animais, plantas e espíritos – possuem uma mesma cultura e o que os diferencia é a sua natureza. Eduardo Viveiro defende o conceito de perspectivismo ameríndio que trata-se da concepção, da maioria dos grupos indígenas da América, que as sociedades são compostas por seres que partilham uma cultura (espiritualidade/essência), mas que se diferenciam em seus corpos (natureza/biologia). Esse conceito ressalta que a humanidade não está restrita somente àqueles seres que nós compreendemos como humanos, mas também seres não-humanos são dotados de humanidade. Numerosas etnografias amazônicas se referem a uma concepção indígena segunda a qual a maneira como os seres humanos veem os animais, plantas, espíritos é muito diferente de como esses seres veem os humanos e a si mesmos. Tipicamente os humanos veem os humanos como humanos e os animais como animais. Entretanto os animais predadores e espíritos veem os humanos como animais de presa, e os animais de presa veem os humanos como espíritos ou animais predadores. E esses animais se veem como humanos, e seus próprios hábitos e culturas são vista por eles como humanos. Ou seja, os animais são gente ou se veem como humanos. Tal visão está associada a ideia de que cada espécie é um envoltório a esconder uma forma humana, normalmente visível apenas aos olhos da própria espécie ou de certos seres transespecifícos, como xamãs. É importante ressaltar que esse pensamento não se