resenha, os narradores de javé
O filme vem retratar a história de um povoado situado no sertão nordestino, cujo nome é Javé.
Prestes a ter suas casas e terras destruídas, juntamente com seus costumes, cultura e, memória, os moradores daquele pequeno povoado buscam então uma solução, algo que possa vir impedir a construção de uma hidrelétrica, que modificaria totalmente suas vidas dali pra frente.
Com poucas pessoas alfabetizadas e conhecimento, eles resolveram então escolher Biá, um dos poucos que sabiam ler e escrever naquele povoado.
Mesmo com sua fama de mentiroso e fofoqueiro, ele era a única opção e esperança que restava para aquelas pessoas. Os moradores tiveram a idéia de criar um documento oficial, que descreveria e contaria a história daquele povoado, sendo a última saída para poder salvar o mesmo de ser destruído. Sem nenhum registro oficial, a oralidade é o método mais usado por Biá, que saí por todo povoado perguntando para os moradores qual seria a história de Javé.
Com muita contradição e mentiras, ambos sempre buscavam se engrandecer em seus depoimentos, assim tornando a cabeça de Biá uma confusão... Em quem acreditar? Quem estaria falando a verdade? De fato ninguém saberia, até porque cada um contava uma história diferente. A escassez de documentos, relatos, fotografias e registros oficiais, tornavam ainda mais difícil chegar a uma conclusão, a uma só história, a verdadeira.
Toda essa problemática tronaram essa tentativa frustrante. Por fim os sertanejos tiveram que lhe dar com o sofrimento e a dor de ver tudo o que tivera construído antes ser destruído, de ver seu sertão se tornar mar, toda sua realidade ser modificada e influenciada, sem ponderar, sem nenhum direito ou voz de intervenção.