Narradores de javé (resenha)
O filme conta de uma forma bem cotidiana a história de um povoado que está prestes a desaparecer sob as águas de uma represa, que se formará de uma barragem que está sendo construída nos arredores. Os moradores do vilarejo resolvem lutar contra a desapropriação da área e por sua permanência no local. As “autoridades” responsáveis pela empreiteira comunicam, que tal fato só se daria se houvesse um documento comprovando que o lugar era Patrimônio Cultural e que para tal fato eram necessários documentos que comprovassem que a região tinha ou ainda houvesse tido alguma importância histórica. Diante disto, o líder dos moradores resolve tentar juntar relatos que contribuam para uma solução satisfatória. Mas para tal resolve contar em um livro as histórias e os relatos do povo local, e para isso “recruta” um tal de Antônio Biá. Que por ser o único “letrado” no povoado, é incumbido da missão. Mas ao ouvir as histórias fictícias (mitos) dos moradores, Biá finge estar escrevendo e as páginas só passam a ter rabiscos. Todos os moradores são ouvidos e cada qual tem um fato a relatar. Mas ninguém tem uma prova concreta dos relatos. As histórias se ligam umas as outras, sempre girando em torno de um tal Indalécio, do qual todos dizem ser parentes. O referido “personagem” foi tudo nesta vida desde um guerreiro, a um líder africano que guiou o seu povo até aquelas terras, formando assim o povoado. Diante dos mitos Biá deixa as páginas em branco, quando é descoberto, ele é argüido a despeito de sua atitude. E então ele discursa esbravejando: vocês acham que essas histórias ridículas, que não passam de “mito” vão mudar as coisas.
Vocês acham que basta dizer que Javé nasceu de uma gente guerreira, mas que hoje é habitada por semianalfabetos vai valer alguma coisa?
Não isso não vai adiantar, não vai parar a construção, nem atravancar o progresso. E complementa: isto é fato... É científico.
Temos aí então, uma relação entre o filme e os